Horta que preza o modo de produção biológico, como a nossa, não dispensa o compostor. É nesta espécie de despensa botânica ao ar livre, geralmente construída com madeira e rede, que se obtem o composto ou adubo orgânico para melhorar a estrutura do solo, através de um processo (a compostagem) cujo significado segue à letra o sentido da célebre frase de Lavoisier (1743-1794), escrita a propósito da sua Lei da Conservação das Massas (1785): "Na Natureza nada se cria, nada se perde, tudo se transforma". Apesar de não termos ainda o dito compostor instalado, já recebemos na horta a primeira pilha de restos vegetais que, com o tempo, se transformará em alimento das nossas plantas. São folhas de oliveira provenientes da separação da azeitona à entrada do lagar, cedidas e transportadas gentilmente pela Cooperativa Agrícola de Moura e Barrancos. Há quem diga que este é um dos melhores recursos para obter um composto de qualidade, misturado, em camadas alternadas, com outras sobras, da cozinha e não só: cascas de fruta e legumes, cascas de ovo trituradas, borras de café, restos de chá, folhas e ramos secos, serradura e aparas de madeira, feno e palha. Da instalação do compostor faz parte também a abertura de uma vala, que forrámos com um plástico preto, para recolher o chorume, que não é mais do que o líquido resultante da decomposição da matéria. Este subproduto da compostagem é excelente como bio-pesticida e também como bio-estimulante das plantas, neste caso usado diluído na proporção de uma parte para dez de água. Quanto à formação do composto, leva o seu tempo: entre 4 e 12 meses. Mais cedo ou mais tarde que depende da periodicidade com que é revirado e arejado e da disponibilidade dos microrganismos e das minhocas para a tarefa. É que, tal como no mundo à superfície, também no mundo subterrâneo procrastinar ou ser produtivo pode fazer toda a diferença na hora de mostrar trabalho.
A RUA DAS HORTAS EXISTE MESMO. FICA SITUADA EM MOURA, NO BAIRRO DO SETE E MEIO.
ESTE BLOGUE É O DIÁRIO DE BORDO DA HORTA COMUNITÁRIA AÍ EXISTENTE. INICIALMENTE ASSOCIADA A UM PROJECTO DE FORMAÇÃO PARA PÚBLICOS DESFAVORECIDOS, COMO ESPAÇO DA COMPONENTE TECNOLÓGICA DO CURSO, A HORTA ENCONTRA-SE AGORA NUMA SEGUNDA FASE. NESTE MOMENTO, ACOLHE ALGUNS DOS FORMANDOS QUE MOSTRARAM VONTADE EM PROSSEGUIR A ACTIVIDADE PARA A QUAL FORAM CAPACITADOS E ESTÁ ABERTA A OUTROS INTERESSADOS EM ACEDER AOS RESTANTES TALHÕES DEIXADOS LIVRES. UNS E OUTROS SÃO RESPONSÁVEIS PELA GESTÃO COMUNITÁRIA DA HORTA, MEDIANTE A OBSERVÂNCIA DE UM REGULAMENTO E CONTRATO DE UTILIZAÇÃO. ESTE PROJECTO CONTA COM A ORGANIZAÇÃO DA ADCMOURA EM PARCERIA COM A CÂMARA MUNICIPAL DE MOURA, NÚCLEO LOCAL DE INSERÇÃO DA SEGURANÇA SOCIAL, EQUIPA TÉCNICA DE ACOMPANHAMENTO FAMILIAR PROTOCOLO DE MOURA E CENTRO DE EMPREGO DE MOURA. TAL COMO ATÉ AQUI, ESTE É TAMBÉM O ESPAÇO PARA FALAR DE REGENERAÇÃO URBANA, AGRICULTURA BIOLÓGICA E DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL E SOLIDÁRIO.
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