A RUA DAS HORTAS EXISTE MESMO. FICA SITUADA EM MOURA, NO BAIRRO DO SETE E MEIO.
ESTE BLOGUE É O DIÁRIO DE BORDO DA HORTA COMUNITÁRIA AÍ EXISTENTE. INICIALMENTE ASSOCIADA A UM PROJECTO DE FORMAÇÃO PARA PÚBLICOS DESFAVORECIDOS, COMO ESPAÇO DA COMPONENTE TECNOLÓGICA DO CURSO, A HORTA ENCONTRA-SE AGORA NUMA SEGUNDA FASE. NESTE MOMENTO, ACOLHE ALGUNS DOS FORMANDOS QUE MOSTRARAM VONTADE EM PROSSEGUIR A ACTIVIDADE PARA A QUAL FORAM CAPACITADOS E ESTÁ ABERTA A OUTROS INTERESSADOS EM ACEDER AOS RESTANTES TALHÕES DEIXADOS LIVRES. UNS E OUTROS SÃO RESPONSÁVEIS PELA GESTÃO COMUNITÁRIA DA HORTA, MEDIANTE A OBSERVÂNCIA DE UM REGULAMENTO E CONTRATO DE UTILIZAÇÃO. ESTE PROJECTO CONTA COM A ORGANIZAÇÃO DA ADCMOURA EM PARCERIA COM A CÂMARA MUNICIPAL DE MOURA, NÚCLEO LOCAL DE INSERÇÃO DA SEGURANÇA SOCIAL, EQUIPA TÉCNICA DE ACOMPANHAMENTO FAMILIAR PROTOCOLO DE MOURA E CENTRO DE EMPREGO DE MOURA. TAL COMO ATÉ AQUI, ESTE É TAMBÉM O ESPAÇO PARA FALAR DE REGENERAÇÃO URBANA, AGRICULTURA BIOLÓGICA E DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL E SOLIDÁRIO.

quarta-feira, 15 de maio de 2013

Faixa de compensação ecológica

Por estes dias, ao longo do talude (principal faixa de compensação ecológica) que separa as parcelas superior e inferior, num canteiro junto à entrada ou em redor do tanque existem diferentes espécies de plantas aromáticas e medicinais em flor que tornam a horta um verdadeiro jardim: alecrim, alfazema, santolina, segurelha-de-inverno, salva, tomilho bela-luz, manjerona, tomilho-limão, hissopo, alfazema, tomilho-vulgar, orégão e ainda mentas como o poejo, hortelã e hortelã-pimentaDurante o último Inverno, reforçámos a sua presença através de propagação por estacas radiculares (na maioria dos casos), propagação por mergulhia e propagação por estacas de caule (sobretudo no caso das alfazemas). 
A sua colocação teve como principal objectivo evitar a erosão ou a perda de solo, em especial no talude, que, como se sabe, é tanto maior quanto mais inclinados forem os terrenos. A estratégia passou e passa ainda pela manutenção de uma quantidade suficiente de vegetação herbácea espontânea, que permita a fixação do solo com as suas raízes sem prejudicar o desenvolvimento das plantas aromáticas e medicinais vizinhas, até ao momento em que a densidade destas acabe por controlar o desenvolvimento das ervas espontâneas, substituindo-as em grande medida na tarefa de impedir o arrastamento do solo pela chuva e para os cursos de água. Ainda assim, resolvemos deixar algumas clareiras entre os pés de aromáticas para incentivar a permanência de gramíneas e crucíferas, às quais se atribui um papel fundamental na retenção do azoto solúvel do solo, evitando que seja lixiviado por acção da chuva e possa contaminar os lençóis de água subterrâneos e os cursos de água.   Além do controlo da erosão (retenção da água e conservação do solo), especialmente a erosão hídrica entre Novembro e Março, esta corrente de vegetação aromática revela-se de extrema importância a outros níveis, tendo em conta a horticultura, quer na fixação de populações de insectos auxiliares na polinização e no controlo de pragas, quer na fixação de outros predadores auxiliares, como aves, répteis, pequenos mamíferos, batráquios, etc., quer ainda no embelezamento, reconstrução da paisagem e introdução de diversidade e refrigério.
Foi ainda nossa preocupação apostar em algumas espécies autóctones, como o tomilho bela-luz, associar plantas com diferentes características (diferentes épocas e cores de floração, diferentes alturas e capacidade de densificação, motivos de atracção para diferentes auxiliares, etc.) e construir caldeiras alinhadas na vertical do talude para que durante o tempo de rega, realizada de cima para baixo, não ocorram desperdícios de água.