A RUA DAS HORTAS EXISTE MESMO. FICA SITUADA EM MOURA, NO BAIRRO DO SETE E MEIO.
ESTE BLOGUE É O DIÁRIO DE BORDO DA HORTA COMUNITÁRIA AÍ EXISTENTE. INICIALMENTE ASSOCIADA A UM PROJECTO DE FORMAÇÃO PARA PÚBLICOS DESFAVORECIDOS, COMO ESPAÇO DA COMPONENTE TECNOLÓGICA DO CURSO, A HORTA ENCONTRA-SE AGORA NUMA SEGUNDA FASE. NESTE MOMENTO, ACOLHE ALGUNS DOS FORMANDOS QUE MOSTRARAM VONTADE EM PROSSEGUIR A ACTIVIDADE PARA A QUAL FORAM CAPACITADOS E ESTÁ ABERTA A OUTROS INTERESSADOS EM ACEDER AOS RESTANTES TALHÕES DEIXADOS LIVRES. UNS E OUTROS SÃO RESPONSÁVEIS PELA GESTÃO COMUNITÁRIA DA HORTA, MEDIANTE A OBSERVÂNCIA DE UM REGULAMENTO E CONTRATO DE UTILIZAÇÃO. ESTE PROJECTO CONTA COM A ORGANIZAÇÃO DA ADCMOURA EM PARCERIA COM A CÂMARA MUNICIPAL DE MOURA, NÚCLEO LOCAL DE INSERÇÃO DA SEGURANÇA SOCIAL, EQUIPA TÉCNICA DE ACOMPANHAMENTO FAMILIAR PROTOCOLO DE MOURA E CENTRO DE EMPREGO DE MOURA. TAL COMO ATÉ AQUI, ESTE É TAMBÉM O ESPAÇO PARA FALAR DE REGENERAÇÃO URBANA, AGRICULTURA BIOLÓGICA E DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL E SOLIDÁRIO.

sexta-feira, 20 de março de 2015

Horta feliz

Passaram hoje pela horta mais de cem ilustres visitantes: alunos, professores e funcionários da Escola do Sete e Meio, presidente da Câmara Municipal de Moura, presidente da União de Freguesias de Moura e Santo Amador e os próprios utilizadores da horta. Respondendo a um convite da ADCMoura, vieram para celebrar o eclipse solar e a chegada da Primavera e, antecipadamente, o dia da árvore e da floresta e o dia mundial da poesia. À sua espera, uma mão cheia de actividades: percurso com passagem por 23 poemas alusivos à natureza e à nova estação, histórias contadas sobre legumes e plantas aromáticas, récita de poesia e canções interpretadas pelos alunos com acompanhamento musical do Joaquim Simões, plantação de aromáticas envasadas, cedidas pelo município de Moura. 
Depois de toda a animação, um lanche não menos animado.
No final, alguém deixou escapar: "Um dia para recordar e repetir". 
No final, os rostos de todos a dizerem que hoje é também o dia mundial da felicidade. 

Poemas escritos e lidos por alunos do 2º ano.

As árvores

As árvores da floresta,
São tão lindas como uma festa!
Sobreiros, laranjeiras e oliveiras.
Ameixoeiras, azinheiras e nespereiras.
Figueiras, tangerineiras e pereiras.
São as árvores da nossa região
Temo-las guardadas no nosso coração!

A horta do meu avô

O meu avô tem uma horta.
Não está acabada...falta-lhe a porta!
Na horta há vegetais.
Se os comeres não adoeces mais!
O meu avô João,
Tem cebolas e melão,
Alfaces e agrião,
Alhos e tomateiros,
Batatas e pimenteiros.
Tudo na palma da mão.
Guardados pelo seu lindo cão!

A primavera

Na primavera há flores
E também muitos odores!
Com o sol a aquecer,
As flores vão nascer e crescer!
Na casa da minha madrinha,
Mora lá uma andorinha...
Ela tem lá a casinha,
para criar a sua filhinha! 



Céu nublado reflectido no tanque com tartarugas, poema de ibne Sara. 


Ou se tem chuva e não se tem sol, ou se tem sol e não se tem chuva!, diz a Cecília Meireles


Porquê a pulga do O'Neill junto ao canteiro de poejos? (ver resposta mais adiante)


As ovelhas do vizinho Francisco aguardam que se abra a cancela para a récita de poesia.


A erva daninha, nem princesa, nem rainha.


Pincha a rã do charco pró prato.


A horta acabada de sair da letargia de Inverno.


Todos numa grande roda para receber o equinócio.


Pausa para leitura e encantamento. 


Chamamento da poesia ao longo da álea de aromáticas. 


A que fruto cheira esta planta? Depois de uma vintena de palpites, alguém respondeu acertadamente: abacaxi!  Daí o nome: salva-ananás!


O José Maria faz magia e tira uma cenoura da cartola.


(Resposta à pergunta feita atrás) É que o poejo serve para afastar as pulgas. Atente-se ao nome científico da planta: Mentha pulegium.


Uma cantiga sobre a natureza e os perigos que enfrenta interpretada por alunos do 1º ano.


Alecrim aos molhos pelos alunos do 4º ano.


Oliveirinha da serra em versão cigana.


Modas alentejanas acompanhadas ao acordeão pelo Joaquim Simões.


A que cheira este poema? Cheira a flores de alfazema.


Vamos lá plantar uma santolina.

terça-feira, 17 de março de 2015

Poesia na horta para celebrar a Primavera

A ADCMoura – Associação para o Desenvolvimento do Concelho de Moura e a Escola do 1º ciclo do Sete e Meio, com o apoio da Câmara Municipal de Moura e da União de Freguesias de Moura e Santo Amador, a propósito do Dia da Árvore e da Floresta e do Dia Mundial da Poesia, que se celebram a 21 de Março, têm o prazer de convidá-lo/a a participar numa iniciativa de dinamização da HORTA COMUNITÁRIA DE MOURA, a realizar no dia 20 de Março de 2015, a partir das 10.00 horas (rua das Hortas, bairro do Sete e Meio, Moura).
Num ambiente que se pretende informal e de confraternização, o evento inclui um momento de apresentação da Horta, uma visita aos talhões cultivados nesta altura e ao talude de plantas aromáticas e medicinais para caracterização das espécies existentes, uma actividade de replantação de algumas plantas envasadas, uma récita de poesia a cargo das 4 turmas de alunos da Escola do Sete e Meio, sobre os temas da natureza e da Primavera, e ainda o acompanhamento musical de Joaquim Simões, ele próprio um dos utilizadores e entusiastas da Horta.
No final será oferecido um lanche aos participantes. Contamos consigo. A sua participação é muito importante.


Nota: Esta iniciativa é parte integrante do projecto "Eu participo! Moura também é comigo - Espaço de Participação Cidadã / Moura: Cidade e Território".






Dois poemas de Cecília Meireles para aguçar o apetite:

A chácara do Chico Bolacha

Na chácara do Chico Bolacha
o que se procura
nunca se acha!

Quando chove muito,
o Chico brinca de barco,
porque a chácara vira charco.

Quando não chove nada,
Chico trabalha com a enxada
e logo se machuca 
e fica de mão inchada.

Por isso, com Chico Bolacha, 
o que se procura,
nunca se acha.

Dizem que a chácara do Chico
só tem mesmo chuchu
e um cachorrinho coxo
que se chama Cachambu.

Outras coisas, ninguém procura,
porque não acha.
Coitado do Chico Bolacha.


Leilão de jardim

Quem me compra um jardim com flores?
Borboletas de muitas cores,
lavadeiras e passarinhos,
ovos verdes e azuis nos ninhos?

Quem me compra este caracol?
Quem me compra um raio de sol?
Um lagarto entre o muro e a hera,
uma estátua da Primavera?

Quem me compra este formigueiro?
E este sapo, que é jardineiro?
E a cigarra e a sua canção?
E o grilinho dentro do chão?

(Este é o meu leilão.)

Cecília Meireles, in Ou isto ou aquilo, 1964

Alunos do 1º ciclo das escolas de Moura visitando a horta em Janeiro de 2012.