A RUA DAS HORTAS EXISTE MESMO. FICA SITUADA EM MOURA, NO BAIRRO DO SETE E MEIO.
ESTE BLOGUE É O DIÁRIO DE BORDO DA HORTA COMUNITÁRIA AÍ EXISTENTE. INICIALMENTE ASSOCIADA A UM PROJECTO DE FORMAÇÃO PARA PÚBLICOS DESFAVORECIDOS, COMO ESPAÇO DA COMPONENTE TECNOLÓGICA DO CURSO, A HORTA ENCONTRA-SE AGORA NUMA SEGUNDA FASE. NESTE MOMENTO, ACOLHE ALGUNS DOS FORMANDOS QUE MOSTRARAM VONTADE EM PROSSEGUIR A ACTIVIDADE PARA A QUAL FORAM CAPACITADOS E ESTÁ ABERTA A OUTROS INTERESSADOS EM ACEDER AOS RESTANTES TALHÕES DEIXADOS LIVRES. UNS E OUTROS SÃO RESPONSÁVEIS PELA GESTÃO COMUNITÁRIA DA HORTA, MEDIANTE A OBSERVÂNCIA DE UM REGULAMENTO E CONTRATO DE UTILIZAÇÃO. ESTE PROJECTO CONTA COM A ORGANIZAÇÃO DA ADCMOURA EM PARCERIA COM A CÂMARA MUNICIPAL DE MOURA, NÚCLEO LOCAL DE INSERÇÃO DA SEGURANÇA SOCIAL, EQUIPA TÉCNICA DE ACOMPANHAMENTO FAMILIAR PROTOCOLO DE MOURA E CENTRO DE EMPREGO DE MOURA. TAL COMO ATÉ AQUI, ESTE É TAMBÉM O ESPAÇO PARA FALAR DE REGENERAÇÃO URBANA, AGRICULTURA BIOLÓGICA E DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL E SOLIDÁRIO.

quinta-feira, 24 de novembro de 2011

Hortas comunitárias em Castro Verde


Ontem rumámos a Castro Verde para conhecer de perto o projecto das Hortas Comunitárias promovido pelo Município local. Fomos amavelmente recebidos e acompanhados durante a digressão ao terreno pelo vereador António Colaço, responsável pelo pelouro do Ambiente e um dos mentores desta "ideia verde". Ao contrário da nossa horta, com ocupação permanente desde longa data, as hortas comunitárias de Castro Verde foram criadas de raiz, envolvendo um hectare e pouco de terreno numa propriedade de 54 hectares situada nas imediações da vila e adquirida pela autarquia para fazer uma zona de actividades económicas. 




Com um investimento de cerca de 20 mil euros foi possível criar, nesta primeira fase iniciada no passado dia 5 de Outubro, 118 lotes, com 120 metros quadrados cada um, com ponto de rega individual, vedação exterior e compostor, que foram atribuídos mediante candidaturas, pelo prazo de um ano, com possibilidade de renovação por mais um ano. Entre os deveres dos utilizadores das hortas, constam do Regulamento de Funcionamento a utilização da água de rega de forma racional, o dar início às práticas agrícolas até um mês após a entrega do talhão e respectiva assinatura do Acordo de Utilização, mantendo as hortas em produção, e a segurança e o bom uso do espaço. 



E quem são os usufrutuários destas hortas, com que se procura fomentar a prática agrícola de pequena escala como actividade de lazer e terapia ocupacional, promover uma alimentação saudável com produtos de qualidade, aliviar os orçamentos familiares e diminuir a pegada ecológica? São de todas as idades, homens e mulheres, reformados, desempregados,  desfavorecidos, alguns com problemas de toxicodependência, funcionários públicos (da Câmara, professores...), trabalhadores independentes, profissionais liberais, pessoas que não se conheciam e que agora convivem animadas por este espírito de comunidade e de regresso à terra, com o privilégio de poderem acompanhar o método de produção dos alimentos que consomem. É sobretudo ao fim do dia que os novos hortelãos aparecem para cuidar dos seus talhões e para conviverem. Os que não percebem de agricultura informam-se junto dos mais conhecedores. E depois há os que seguem à risca o modo de produção biológico, e que tentam passar aos vizinhos a sua experiência. Como nos conta o nosso anfitrião, as pessoas estão empolgadas e satisfeitas da vida por causa deste projecto, e quem antigamente andava pelos cafés e pelos bancos de jardim  sem nada para fazer vê nas hortas um novo desafio e estímulo para as suas vidas.



Este projecto das Hortas Comunitárias insere-se num projecto ambiental mais vasto de intervenção concelhia denominado Orgânica Verde, promovido pela Liga para a Protecção da Natureza em parceria com a Câmara Municipal de Castro Verde e financiado pelo mecanismo de financiamento europeu EEAGrants. O seu principal objectivo é a sensibilização da população local para a redução dos resíduos orgânicos a colocar em aterro, através da promoção da recolha selectiva destes resíduos e da compostagem doméstica, institucional e comunitária, alicerçada em campanhas de sensibilização e distribuição de materiais promocionais e pedagógicos e mini-baldes para recolha de resíduos. 



Neste âmbito, foi criada uma Unidade Municipal de Compostagem, que tivemos também oportunidade de visitar, para recolha e processamento dos resíduos orgânicos domésticos (como cascas de fruta, restos de vegetais crus, borras de café, sacos de chá e cascas de ovos), depositados em compostores comunitários que se encontram espalhados pela vila.  Esta Unidade recebe ainda directamente grandes quantidades de resíduos verdes resultantes de limpezas de jardins e pomares. Com esta solução ecológica, é possível ganhar não apenas reduzindo o volume de resíduos e a necessidade do seu transporte até aos aterros sanitários da zona, como produzindo composto que é depois utilizado nas hortas comunitárias, com múltiplas vantagens comparativamente a qualquer tipo de fertilizante, e que poderá vir a ser comercializado de acordo com os planos traçados pela autarquia para garantir a sustentabilidade económica do projecto. 

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