A RUA DAS HORTAS EXISTE MESMO. FICA SITUADA EM MOURA, NO BAIRRO DO SETE E MEIO.
ESTE BLOGUE É O DIÁRIO DE BORDO DA HORTA COMUNITÁRIA AÍ EXISTENTE. INICIALMENTE ASSOCIADA A UM PROJECTO DE FORMAÇÃO PARA PÚBLICOS DESFAVORECIDOS, COMO ESPAÇO DA COMPONENTE TECNOLÓGICA DO CURSO, A HORTA ENCONTRA-SE AGORA NUMA SEGUNDA FASE. NESTE MOMENTO, ACOLHE ALGUNS DOS FORMANDOS QUE MOSTRARAM VONTADE EM PROSSEGUIR A ACTIVIDADE PARA A QUAL FORAM CAPACITADOS E ESTÁ ABERTA A OUTROS INTERESSADOS EM ACEDER AOS RESTANTES TALHÕES DEIXADOS LIVRES. UNS E OUTROS SÃO RESPONSÁVEIS PELA GESTÃO COMUNITÁRIA DA HORTA, MEDIANTE A OBSERVÂNCIA DE UM REGULAMENTO E CONTRATO DE UTILIZAÇÃO. ESTE PROJECTO CONTA COM A ORGANIZAÇÃO DA ADCMOURA EM PARCERIA COM A CÂMARA MUNICIPAL DE MOURA, NÚCLEO LOCAL DE INSERÇÃO DA SEGURANÇA SOCIAL, EQUIPA TÉCNICA DE ACOMPANHAMENTO FAMILIAR PROTOCOLO DE MOURA E CENTRO DE EMPREGO DE MOURA. TAL COMO ATÉ AQUI, ESTE É TAMBÉM O ESPAÇO PARA FALAR DE REGENERAÇÃO URBANA, AGRICULTURA BIOLÓGICA E DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL E SOLIDÁRIO.

quarta-feira, 11 de abril de 2012

A nossa alegre casinha das ferramentas

Pensávamos nós que seria em menos de um fósforo, a montagem do abrigo para a alfaiaria agrícola da horta. Puro engano. Como se não soubéssemos de antemão que quem opta pelo "faça você mesmo" acaba, mais cedo ou mais tarde, por se meter em trabalhos. Foi o que aconteceu, em sentido literal e metafórico, que neste caso vem dar no mesmo. Entre recorrer ao folheto de instruções (leia-se carta de marear) e ao improviso da navegação à vista, entre desmanchar e refazer, entre tentar, errar e por fim acertar passaram-se quatro penosas horas e algumas bolhas nas mãos, o que dá a dimensão exacta do feito alcançado. Mais ainda se juntarmos o facto de, no final da empreitada e contra o que é costume, não haver lugar a peças fora do lugar e/ou remanescentes. Convenhamos que é obra! Outro consolo foi contar com um pronto-socorro chamado vizinho Aquilino, que, num exemplo de solidariedade para com o próximo, emprestou um canivete, uma parafusadora sem fio e uma gambiarra, sem os quais tudo teria sido mais difícil. Enfim, encaixadas e parafusadas as paredes e o telhado, lá se abriu finalmente a porta, já a lua espreitava sobre os telhados, para deixar passar os novos inquilinos desse T0 do Portugal dos Pequenitos, a saber: carrinho de mão, enxadas, pás, ancinhos, forquilhas, sachos, caixas e tabuleiros alveolares incluídos. Em suma, a horta conta agora com um novo equipamento, agradável à vista e bem integrado na paisagem envolvente: a nossa alegre casinha das ferramentas. 


A nossa alegre casinha


O recheio


A casinha mirando-se no tanque 

Acerca dos trastes que constam do novo equipamento, veja-se a sua descrição em José da Silva Picão, Através dos campos - usos e costumes agrícolo-alentejanos:

"Ancinhos - Utensílios de madeira uns e outros de ferro forjado ou fundido, de diversas dimensões, em feitio de pente, com maior ou menor número de dentes. Empregam-se nas debulhas dos cereais, principalmente nas eiras em que se trabalha pelos processos antigos, já para arrastar a palha do solo, já na limpeza do grão, extraindo-lhe os cachos e vários corpos estranhos."

"Enxadas - Ferramentas de ferro, largas e espalmadas, de cabo comprido de madeira, com que se cavam as terras para batatas, melanciais, vinhedos, etc. Adoptam-se de dois feitios: rasas ou raseiras, e pontiagudas ou de bicos. As primeiras servem com vantagem no terrenos arenosos, de fabrico fácil. As segundas usam-se nas terras argilosas e em outras que ofereçam resistência."

"Forquilhas - (...) Para as remoções de estrumes e palhiços adoptam-se forquilhas de ferro, de diferentes modelos e procedências."

"Pás - (...) Fora das fainas das eiras e da baldeação de cereais, empregam-se as pás de ferro inglesas."

"Sachos - Posto que figurem no ferramental de uma lavoura, é sempre em pequena quantidade. O seu maior emprego é nas mondas e sachas, mas aí, por costume antiquíssimo, são as próprias mondadeiras que os fornecem."

2 comentários:

  1. Olá, adorei a casinha. Onde vocês compraram os materiais para montá-la? E se possível, qual foi o custo?

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    1. Agradeço o comentário. A casa foi comprada em Évora (Alentejo), no Aki, e custou cerca de 300 euros. Mais informações em http://www.keter.com/products/manor-46s e também em http://www.homedepot.com/catalog/pdfImages/2b/2bafd001-2468-4e69-934c-df1f31436d1d.pdf
      Filipe Sousa

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