Quando soube que o António havia soltado uns peixitos do barranco no tanque da horta, resolvi conferir mas só achei os dezoito do costume. Dos recém-chegados, sequer um leve espadanar de águas. Foi então que me lembrei de um outro António: o Vieira. E de uma certa passagem de um dos seus mais famosos sermões. Lapidar. Intemporal.
«A primeira cousa que me desedifica, peixes, de vós, é que vos comeis uns aos outros. Grande escândalo é este, mas a circunstância o faz ainda maior. Não só vos comeis uns aos outros, senão que os grandes comem os pequenos. Se fora pelo contrário, era menos mal. Se os pequenos comeram os grandes, bastara um grande para muitos pequenos; mas como os grandes comem os pequenos, não bastam cem pequenos, nem mil, para um só grande.»
Padre António Vieira, Sermão de Santo António aos Peixes, IV, pregado em São Luís do Maranhão, em 13 de Junho de 1654, faz hoje precisamente 363 anos, dia de Santo António (mais um António!).
«A primeira cousa que me desedifica, peixes, de vós, é que vos comeis uns aos outros. Grande escândalo é este, mas a circunstância o faz ainda maior. Não só vos comeis uns aos outros, senão que os grandes comem os pequenos. Se fora pelo contrário, era menos mal. Se os pequenos comeram os grandes, bastara um grande para muitos pequenos; mas como os grandes comem os pequenos, não bastam cem pequenos, nem mil, para um só grande.»
Padre António Vieira, Sermão de Santo António aos Peixes, IV, pregado em São Luís do Maranhão, em 13 de Junho de 1654, faz hoje precisamente 363 anos, dia de Santo António (mais um António!).
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