A Horta Comunitária de Moura, mesmo em frente à sua casa, preenche-lhe os dias. De regador na mão, garante que é «uma boa entretenga», um verdadeiro bálsamo para a saúde mental e física. «Saio de casa, venho para aqui e distraio-me, faço ginástica a cavar e a regar, porque não paro quieto, e ainda por cima a horta dá-me estes tomates e estas cebolas sem “químicas”. Isto não tem preço.»
Jornal da Nossa Terr@ (JNT) : Quando veio
para a Horta ?
Francisco
Borralho (FB) :
Foi em
2017.
JNT : Que diferenças encontra entre
trabalhar numa horta individual e numa horta comunitária, partilhada com outras
pessoas?
FB : Aqui temos camaradagem e o
convívio. Ainda ontem aconteceu o Tói dar-me umas alfaces novas. E eu ajudo-o
quando ele me pede. A malta aqui dá-se tudo porreiro. Eu sou mais o guarda,
porque vivo aqui ao pé. Depois, também dividimos a água. Cada um rega na sua
hora. Assim todos se governam.
JNT : Quais as vantagens de ter uma
horta ?
FB : Quem não tem uma horta como
esta perde muita saúde. Porque aqui é tudo biológico. É tudo são. E depois as
coisas que tiramos da horta não as pagamos. Amanhã, estas couves vão servir
para um caldinho verde. Leva alho e coentros, também apanhados aqui. Tomara que
as abóboras estejam prontas para fazer umas sopas belíssimas. Tenho aqui
couves, tomates, alfaces de duas ou três qualidades, beterraba, beldroegas,
feijão-verde, cebolas, morangos, hortelã, hortelã-da-ribeira, poejos...
JNT : Com a crise provocada pela Covid-19, pensa que as
hortas vão ganhar ainda mais importância ?
FB : Há já muita gente a passar mal,
que precisa disto. Quem tem uma horta não tem que ir comprar fora, e por isso
poupa, e bem! É uma ajuda boa. O vírus não trouxe só coisas ruins. Voltou as
pessoas mais para a natureza.
Entrevista publicada no Jornal da Nossa Terr@ - nº6, 11 Agosto 2020.
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