A RUA DAS HORTAS EXISTE MESMO. FICA SITUADA EM MOURA, NO BAIRRO DO SETE E MEIO.
ESTE BLOGUE É O DIÁRIO DE BORDO DA HORTA COMUNITÁRIA AÍ EXISTENTE. INICIALMENTE ASSOCIADA A UM PROJECTO DE FORMAÇÃO PARA PÚBLICOS DESFAVORECIDOS, COMO ESPAÇO DA COMPONENTE TECNOLÓGICA DO CURSO, A HORTA ENCONTRA-SE AGORA NUMA SEGUNDA FASE. NESTE MOMENTO, ACOLHE ALGUNS DOS FORMANDOS QUE MOSTRARAM VONTADE EM PROSSEGUIR A ACTIVIDADE PARA A QUAL FORAM CAPACITADOS E ESTÁ ABERTA A OUTROS INTERESSADOS EM ACEDER AOS RESTANTES TALHÕES DEIXADOS LIVRES. UNS E OUTROS SÃO RESPONSÁVEIS PELA GESTÃO COMUNITÁRIA DA HORTA, MEDIANTE A OBSERVÂNCIA DE UM REGULAMENTO E CONTRATO DE UTILIZAÇÃO. ESTE PROJECTO CONTA COM A ORGANIZAÇÃO DA ADCMOURA EM PARCERIA COM A CÂMARA MUNICIPAL DE MOURA, NÚCLEO LOCAL DE INSERÇÃO DA SEGURANÇA SOCIAL, EQUIPA TÉCNICA DE ACOMPANHAMENTO FAMILIAR PROTOCOLO DE MOURA E CENTRO DE EMPREGO DE MOURA. TAL COMO ATÉ AQUI, ESTE É TAMBÉM O ESPAÇO PARA FALAR DE REGENERAÇÃO URBANA, AGRICULTURA BIOLÓGICA E DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL E SOLIDÁRIO.

terça-feira, 25 de outubro de 2011

Cooperação e competição no reino vegetal



A domesticação pelo homem das primeiras plantas, que marcou o início da agricultura, levou também à criação dos primeiros sistemas de policultura, nos vales e várzeas fluviais da Mesopotâmia, antigo Egipto e China. Nessa altura, certamente, estava longe de se saber que duas ou mais espécies de plantas podiam, por exemplo, competir ou cooperar entre si, desde que suficientemente próximas para isso acontecer. Apetece dizer que a facilidade, em certos casos, ou a dificuldade, em outros, de as plantas se complementarem subsiste passados cerca de dez mil anos, embora hoje já seja possível perceber que essas interacções podem ter efeitos positivos (estimulantes) ou negativos (inibidores), e, consoante se trate de consociações favoráveis ou desfavoráveis, isso significar ou não melhorias, por exemplo, no combate às pragas, na utilização dos nutrientes do solo com possibilidade de maior produtividade, na diminuição de ervas infestantes devido ao sombreamento, etc. Percebe-se assim, pelas razões expostas, que este arsenal de conhecimentos seja hoje muito usado no âmbito da agricultura biológica. Explicando melhor: a ervilha e a cebola competem entre si, sem perfil, portanto, para cooperarem e criarem sinergias. Da mesma forma, não há nada a esperar duma relação entre a couve e o tomate, a não ser competição. O mesmo se aplica ao rabanete com a batata ou ao feijão com o alho. E muitos outros exemplos poderiam ser retirados da tabela de consociações desfavoráveis que a professora Dulce distribuiu na sala e que agora recorda à sombra do chorão. Nessa lista, a campeã da "animosidade à parceria" é a batata, vá lá saber-se porquê, sempre com aquela cara cheia de olhos negros. Ou seja, a batata regista mais situações de competição do que de cooperação: não tolera o aipo, beterraba, couve, ervilha, abóbora, girassol, tomate, ervilha, framboesa, e só se "desfaz" com o feijão, milho ou fava. No que à tabela das consociações favoráveis diz respeito, a alface e o morango levam a palma, pois cooperam com boa parte das suas congéneres. Questões de feitio, de temperamento das plantas? Como esclarece a ciência, cada espécie é capaz de segregar diferentes substâncias que favorecem ou prejudicam as que a rodeiam, podendo também ser usadas como armas no combate a certos e determinados parasitas. Juntar as plantas certas é, portanto, facilitar a cooperação e a criação de sinergias, o que só pode favorecer a biodiversidade e a sustentabilidade da nossa horta.      

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