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quarta-feira, 18 de maio de 2016

O feijão-verde proustiano


Hoje comemora-se o dia internacional do fascínio das plantas. Como diria Galileu Galilei: «e pur si muove!». Não apenas a Terra, mas também as plantas, imperceptivelmente. No caso dos feijoeiros que correm na pista de obstáculos do talhão da Filipa, a média é de 4 cm / dia. Nada mau. Na certa, a palma irá para a atleta da pista dois, que, destacadíssima, está prestes a cortar a meta e a bater o record mundial  dos 200 centímetros barreiras. Com este andamento, já não serão precisos dois meses para ouvirmos: «Feijão-verde tenrinho, olha o feijão-verde!».



No apartamento parisiense do Boulevard Haussman, o narrador, o ciumento Marcel, mantém cativa a infiel Albertine. A esta só restam os sons que chegam do exterior. Alguns são dos pregões das vendedeiras que povoam a cidade Luz, o que suscita do narrrador a seguinte confissão à amada:  «Pensar que ainda faltam dois meses para ouvirmos: "Feijão-verde tenrinho, olha o feijão-verde!" Que bem dito: "Feijão tenrinho." Sabe que eu os quero fininhos, muito finos, a escorrer vinagrete, nem parece que os comemos, são frescos como o orvalho.»  



Marcel Proust, Em Busca do Tempo Perdido, vol. 5 A Prisioneira, tradução (insuperável!) de Pedro Tamen, Relógio de Água, 2004, p. 121.

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